Parado
Na plataforma superior
Entre as pernas
no chão
as compras num plástico
Longe do verso perto da prosa
Sem ânimo algum
para as sortidas sempre -
enquanto duram -
venturosas da paixão
Longe tão longe
do humor da ironia
das polimorfas vozes
sibilinas
transtornadas no ouvido
da língua
Ali onde o chão é chão
as pernas, pernas
a coisa, coisa
e a palavras, nenhuma
Onde apenas se refrata
a ideia
de um pensamento exaurido
de movimento
Entre dois trajetos
dois portos
(duas lagunas)
duas doenças
Sublimes virtudes do acaso
por que não me tomais
por dentro
e me protegeis do frio de fora
da incessante, intolerável, fuga do enredo?
da escolha?
Francisco Alvim
ALVIM, Francisco. Elefante. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p.133-134.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
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amigo joão conversar com você num bar ou numa livraria é uma coisa aqui neste blog é outra coisa maravilhosa. tardiamente como seu spleen ancorei aqui...
ResponderExcluirboas as escolhas inclusive a do francisco alvim mas há muito mais kálas o grego desconhecido para mim jean arp o título do blog que já é um biografema seu e essa ponte
que homenageia navarro navegante como você...
alegria em te reencontrar e eulício ?
pois é, amigo poeta, e eulício?
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