quarta-feira, 28 de abril de 2010

DOS ONZE E DOIS POEMAS

Fina teia de aranha, tecem o verbo no céu
os ramos da Pensilvânia batidos pelo vento;
em seu desenho eu leio o ignoto.
Insular que matou a sede em oliveiras de luar
revolucionário, imigrante, sou de ofício
intérprete de sonhos. Examino os Magos van
van Eyck e Bosch e Breton e
Duchamp. Saúdo ateus budistas
do Colorado, anarquistas heréticos.
Festejo o solstício e aniversário
de qualquer Comuna. Cultuo, à sombra do monte Atos
e das pirâmides, Vênus Afrodite.
Perco-me na multidão, reencontro-me a mim mesmo
nas artérias de Babilônia
na palma do futuro.

Kálas


In: PAES, José Paulo (Org). Poesia Moderna da Grécia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986, p.189.

2 comentários:

  1. A ponte ficou clássica... Devo essa visita ao blog. Lindos poemas. Abç

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  2. Pois é, Borges, essa ponte clássica, eu descobri, me parece que ela é de Lisboa. Uma ponte portuguesa, com certeza. Envolta em brumas. Parece ter um Cristo Redentor carioca lá no fundo, mas pode ser aquele castelo português. Abraços, João

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