Poema
A Carlos Drummond de Andrade
Há muitas sombras no mundo
Elas ventam nas nuvens
e no ar
brilham solitárias como topázio -
gotas de luz apagadas
Os astros ventam
A sombra é o vento dos astros
No fundo das águas prisioneiras
de lagos e açudes
há um vento de águas -
sombras
No mar
refratam-se submersas
viageiras
em meio a florestas de alga -
sombra das sombras emersas
São feitas - as sombras - de ar
escuro
Lembram o tudo e o nada
O voo das sombras
gira em torno de uma coluna
sonora, o poema -
luz de dentro
Fora
Francisco Alvim
IN: Elefante.São Paulo: Companhia das Letras, 2000,p.70-71.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
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