quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

OFF PRICE

Que a sorte me livre do mercado
e que me deixe
continuar fazendo (sem o saber)
fora de esquema
meu poema
inesperado

e que eu possa
cada vez mais desaprender
de pensar o pensado
e assim poder
reinventar o certo pelo errado


Ferreira Gullar


GULLAR, Ferreira. Em alguma parte alguma. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010, p. 35.

Um comentário:

  1. Meu João Batista da Poesia (teve um, não foi?, que foi chamado de São João Batista do Modernismo):tenho andado pouco por aqui.Uma pena.Desalinhos é tão você, tão Natal,Ferreira Itajubá, Rocas, Xarias. simplicidades que Mário de Andrade se deliciaria.Lendo há tempos uma de suas cartas para Cascudo, lembro-me que Mário fez uma declaração de amor a esta terra.Gostou de Natal, que para ele tinha um ar de pequena chácara, coisas assim, lembrando simplezas.Não sei se hoje ele diria o mesmo.Há muito perdi o amor, você sabe, por Natal.Para se aturar o povo daqui, principalmente nossos intelectuais e artistas, precisa ter jogo de cintura,andar como quem pisa em ovos, é demais.Ou então tem que se adotar o Racinismo ou Eulicianismo, uma filosofia de vida de dois queridos amigos.Mas deixa pra lá.Eu queria era só elogiar, mais uma vez, o Desalinhos, o visual e o formato do blog, seu critério na escolha dos textos.Há sempre surpresas para mim.Rothko, por exemplo, que deve ser nipo~brasileiro. Não? Ando vendo muito filme japonês(Mizoguchi é minha paixão)De poesia conheço alguma coisa.Mas de romance eu não conheço nada.Seu gosto se afina muito com o meu.Devo a você o conhecimento de "Rayuela"!Carlão e Tácito gostam muito de romances, mas nunca vi da parte deles referências a romaces japoneses.Se tiver lido um que lhe agradou, me indique.Abraços, meu mestre e amigo.

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