Passou ao largo o vendedor de flores.
- Estou sozinho.
Logo aqui onde outrora os belos destinos
floresciam.
Nem me notou o vendedor de flores.
- Estou sozinho.
Sabedor que a noite não é de pássaros erradios
nem me olhou o vendedor de flores.
Vindo de céus olvidados pousou um anjo.
Por ele e por mim passou, sem nos ligar,
o vendedor de flores -
que o nosso jardim não carece delas.
Benito Barros
BARROS, Benito. Cemitério de pipas. Macau: ICEC, 1998, p. 109.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
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