domingo, 15 de agosto de 2010

A lírica grega

VII: 24

Videira, mãe da uva e do vinho que a tudo apaziguas,
possa a teia de tuas gavinhas tortuosas
florescer, exuberante, no chão fino e coroar
a estela da tumba do teano Anacreonte,
para que ele, festeiro e ébrio do vinho a que é tão dado,
tangendo sua lira de amante de rapazes
noite afora, sob a terra, tenha acima da cabeça
os galhos com o esplêndido racimo maduro,
e que possa umedecê-lo sempre o sereno da noite
que sua boca de ancião tão doce respirava.

Tradução: José Paulo Paes

IN: PAES, José Paulo. Poemas da antologia grega ou palatina. Séculos VII a.C. a V d.C. Seleção, tradução, notas e posfácio de José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p.15.

2 comentários:

  1. É um belo poema ensopado pela bebida dos deuses, o vinho. Abração pra vc, João.

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  2. Preciso que vc releia o duelo Matinal, no Sol... Eu tive que dá água às folhas: sumo de agave eviscerado, como fosse o vinho da Lírica Grega. Abç

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