quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Langston Hughes - negra poesia


TRÊS POEMAS DE LANGSTON HUGHES

ASPIRAÇÃO

Estirar os braços
Ao sol de algum lugar,
E até que morra o dia
Dançar, pular, cantar!
Depois sob uma árvore,
Quando já entardeceu,
Enquanto a noite vem
─ Negra como eu ─
Descansar... É o que quero!

Estirar os braços
Ao sol nalgum lugar,
Cantar, pular, dançar
Até que a tarde caia!
E dormir sob uma árvore
─ Este o desejo meu ─
Quando a noite baixar
Negra como eu.


POEMA

A noite é bela:
Assim os olhos do meu povo.
As estrelas são belas:
Belas são também as almas do meu povo.

Belo é também o sol.
Belas são também as almas do meu povo.

LUA DE MARÇO

A lua está despida.
O vento despiu a lua.
O vento arrancou ao corpo da lua
As suas vestes de nuvens.
E agora ela está nua,
Inteiramente nua.

Mas já não coras,
Ó lua impudica?
Pois tu não sabes
Que não é bonito estar nua?


Tradução: Manuel Bandeira

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